Produção industrial avança 2,6% em setembro

Em setembro de 2020, a produção industrial cresceu 2,6% frente agosto, na série com ajuste sazonal, após as altas de maio (8,7%), junho (9,6%), julho (8,6%) e agosto (3,6%). Esses cinco meses de crescimento eliminaram a perda de 27,1% acumulada entre março e abril, quando a produção industrial havia caído ao nível mais baixo da série. Com isso, em setembro de 2020, a atividade industrial no país se encontra 0,2% acima do patamar de fevereiro último, quando a pandemia de COVID19 ainda não havia afetado a produção industrial do país.

Setembro 2020 / Agosto 20202,60%
Setembro 2020 / Setembro 20193,40%
Acumulado no ano-7,20%
Acumulado em 12 meses-5,50%
Média Móvel Trimestral4,80%

Em relação a setembro de 2019 (série sem ajuste sazonal), a indústria cresceu 3,4%, interrompendo dez meses de resultados negativos seguidos nessa comparação. O setor acumula perda de 7,2% no ano e de 5,5% em doze meses.

Indicadores da Produção Industrial por Grandes Categorias Econômicas Brasil – Setembro de 2020
Grandes Categorias EconômicasVariação (%)
Setembro 2020/Agosto 2020*Setembro 2020/Setembro 2019Acumulado Janeiro-SetembroAcumulado nos Últimos 12 Meses
Bens de Capital7,0-2,0-17,9-14,4
Bens Intermediários1,35,5-3,1-2,7
Bens de Consumo4,61,9-11,8-8,2
Duráveis10,72,2-26,7-19,4
Semiduráveis e não Duráveis3,71,8-7,6-5,1
Indústria Geral2,63,4-7,2-5,5
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria *Série com ajuste sazonal

Em relação a setembro de 2019, a indústria cresceu 3,4% em setembro de 2020, interrompendo dez meses de resultados negativos. No ano, o setor industrial acumula queda de 7,2% e, nos últimos doze meses, um recuo de 5,5%, desacelerando sua queda frente ao mês anterior (-5,7%).

O avanço de 2,6% da atividade industrial na passagem de agosto para setembro de 2020 teve perfil generalizado de crescimento, alcançando todas as grandes categorias econômicas e a maior parte (22) dos 26 ramos pesquisados.

Produção de veículos automotores avança 14,1% frente a agosto

Entre as atividades, a influência positiva mais relevante foi a de veículos automotores, reboques e carrocerias, que avançou 14,1%, impulsionada pela continuidade do retorno à produção após a paralisação decorrente da pandemia. O setor acumulou expansão de 1.042,6% em cinco meses consecutivos de crescimento na produção, mas ainda assim se encontra 12,8% abaixo do patamar de fevereiro último.

Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria vieram de máquinas e equipamentos (12,6%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (16,5%), de couro, artigos para viagem e calçados (17,1%), de produtos alimentícios (1,2%), de metalurgia (3,5%), de produtos de minerais não-metálicos (4,2%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (5,9%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (6,2%), de celulose, papel e produtos de papel (3,7%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (5,9%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,0%) e de produtos de borracha e de material plástico (3,2%).

Por outro lado, entre as quatro atividades que apontaram redução na produção, a de indústrias extrativas (-3,7%) assinalou o principal impacto negativo nesse mês, interrompendo, dessa forma, três meses de resultados positivos consecutivos e que acumularam expansão de 18,2%.

Entre as grandes categorias econômicas, em relação a agosto de 2020, bens de consumo duráveis, ao crescer 10,7%, apresentou a maior taxa positiva e apontou o quinto mês seguido de expansão na produção, acumulando nesse período avanço de 520,3%. Porém, mesmo com esses resultados positivos recentes, o segmento ainda se encontra 2,8% abaixo do patamar de fevereiro último.

Os setores produtores de bens de capital (7,0%), de bens de consumo semi e não-duráveis (3,7%) e de bens intermediários (1,3%) também assinalaram crescimento nesse mês, com todos também apontando expansão pelo quinto mês consecutivo e acumulando nesse período ganhos de 93,2%, 30,7% e 26,9%, respectivamente.

Média móvel avança 4,8% no trimestre encerrado em setembro

Ainda na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral para o total da indústria avançou 4,8% no trimestre encerrado em setembro, após também avançar em agosto (7,1%) e em julho (9,0%), quando interrompeu a trajetória predominantemente descendente iniciada em novembro de 2019.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de consumo duráveis (17,1%) assinalou o avanço mais intenso em setembro, após crescer 34,4% em agosto e 60,7% em julho, quando interrompeu o comportamento negativo presente desde março de 2020.

Os setores produtores de bens de capital (8,8%), de bens intermediários (4,5%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (3,3%) também mostraram taxas positivas em setembro de 2020, com os dois primeiros avançando pelo terceiro mês consecutivo e acumulando nesse período ganhos de 43,7% e 18,4%, respectivamente; e o último permanecendo com a trajetória ascendente iniciada em maio de 2020.

Indústria avançou 3,4% em relação a setembro de 2019

Na comparação com igual mês de 2019, o setor industrial cresceu 3,4% em setembro de 2020, com resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas, 17 dos 26 ramos, 54 dos 79 grupos e 58,0% dos 805 produtos pesquisados. Vale citar que setembro de 2020 teve o mesmo número de dias úteis do que igual mês do ano anterior (21).

Entre as atividades, as principais influências no total da indústria vieram de produtos alimentícios (11,1%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (7,8%).

Outros impactos positivos relevantes foram dos ramos de bebidas (13,8%); de máquinas e equipamentos (8,1%); de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (15,4%); de produtos de borracha e de material plástico (8,6%; de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (12,6%); de produtos de metal (9,2%); de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (11,2%); de outros produtos químicos (3,7%); de celulose, papel e produtos de papel (5,3%); de produtos do fumo (53,8%); de produtos de madeira (15,1%) e de produtos têxteis (9,3%).

Por outro lado, ainda na comparação com setembro de 2019, entre as nove atividades que apontaram redução na produção, a de veículos automotores, reboques e carrocerias (-13,7%) exerceu a maior influência negativa na formação da média da indústria, pressionada, em grande medida, pelos itens automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões e autopeças.

Outras contribuições negativas vieram de indústrias extrativas (-4,1%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-11,6%), impressão e reprodução de gravações (-39,2%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-19,8%) e outros equipamentos de transporte (-19,3%).

Entre as grandes categorias econômicas, ainda frente a setembro de 2019, bens intermediários (5,5%) teve o avanço mais acentuado entre as grandes categorias econômicas. Os segmentos de bens de consumo duráveis (2,2%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (1,8%) também mostraram expansão na produção, enquanto o setor de bens de capital (-2,0%) teve a única taxa negativa nesse mês.

O segmento de bens intermediários cresceu 5,5% em setembro, frente ao mesmo mês de 2019, após avançar em agosto (1,9%) e julho (1,8%) últimos, quando interrompeu quatro meses de taxas negativas consecutivas nessa comparação. O resultado desse mês foi explicado, principalmente, pelos avanços em produtos alimentícios (20,6%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (13,1%), de produtos de minerais não-metálicos (9,5%), de produtos de borracha e de material plástico (7,4%), de outros produtos químicos (4,1%), de celulose, papel e produtos de papel (7,4%), de produtos de metal (5,2%), de produtos têxteis (11,9%) e de máquinas e equipamentos (2,9%).

As pressões negativas vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (-15,8%), indústrias extrativas (-4,1%) e metalurgia (-2,1%). Ainda nessa categoria econômica, vale citar também os resultados assinalados pelos grupamentos de insumos típicos para construção civil (10,2%), que apontou a terceira taxa positiva consecutiva e a mais acentuada desde maio de 2019 (14,4%); e de embalagens (6,4%), que voltou a crescer após cinco meses seguidos de queda na produção.

Bens de consumo duráveis, ao avançar 2,2% no índice mensal de setembro de 2020, interrompeu sete meses de taxas negativas consecutivas nesse tipo de comparação. Os impactos positivos vieram de eletrodomésticos da “linha marrom” (33,7%) e da “linha branca” (31,1%), de motocicletas (15,6%) e dos grupamentos de móveis (13,8%) e de outros eletrodomésticos (24,3%). Por outro lado, o setor foi particularmente pressionado pela redução na fabricação de automóveis (-14,9%).

Já o setor de bens de consumo semi e não-duráveis avançou 1,8% em setembro de 2020, interrompendo oito meses de taxas negativas consecutivas nesse tipo de comparação. O desempenho positivo nesse mês foi explicado, em grande parte, pela expansão observada no grupamento de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (4,9%).

O setor de bens de capital recuou 2,0% em setembro de 2020 frente a igual período do ano anterior, oitavo resultado negativo seguido nesse tipo de comparação, mas o menos intenso dessa sequência. O setor foi influenciado pela queda observada no grupamento de bens de capital para equipamentos de transporte (-15,0%), pressionado, principalmente, pela menor fabricação de aviões, caminhão-trator para reboques e semirreboques e caminhões.

As demais taxas negativas foram em bens de capital de uso misto (-5,1%) e para energia elétrica (-3,5%). Por outro lado, os impactos positivos foram assinalados pelos grupamentos de bens de capital para fins industriais (7,5%), agrícolas (18,2%) e para construção (6,8%).

Produção industrial recua 0,6% no terceiro trimestre

O setor industrial recuou 0,6% no terceiro trimestre de 2020 e permaneceu com o comportamento negativo presente desde o último trimestre de 2018 (-1,3%), todas as comparações contra igual período do ano anterior. A redução na intensidade de perda, observada na produção industrial na passagem do segundo (-19,4%) para o terceiro trimestre de 2020 (-0,6%) foi explicada pelo ganho de ritmo nas quatro grandes categorias econômicas: bens de consumo duráveis (de -64,8% para -8,2%), bens de capital (de -38,6% para -11,1%), bens intermediários (de -12,6% para 3,1%) e bens de consumo semi e não-duráveis (de -16,6% para -3,1%).

Todas as grandes categorias econômicas acumulam recuo no ano

O acumulado no ano, frente a igual período de 2019, o setor industrial caiu 7,2%, com resultados negativos em quatro das quatro grandes categorias econômicas, 20 dos 26 ramos, 64 dos 79 grupos e 68,4% dos 805 produtos pesquisados.

Entreas atividades, veículos automotores, reboques e carrocerias (-37,0%) exerceu a maior influência negativa na formação da média da indústria, pressionada, em grande medida, pelos itens automóveis, caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, autopeças e veículos para transporte de mercadorias.

Vale destacar também as contribuições negativas dos ramos de metalurgia (-12,9%); de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-31,8%; de máquinas e equipamentos (-11,9%); de couro, artigos para viagem e calçados (-28,5%); de outros equipamentos de transporte(-31,2%); de indústrias extrativas (-2,3%); de produtos de minerais não-metálicos (-7,5%); de produtos de borracha e de material plástico (-7,0%); de impressão e reprodução de gravações (-37,9%); de produtos diversos(-20,3%); de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-17,4%); e de produtos têxteis (-14,0%).

Por outro lado, entre as seis atividades que apontaram ampliação na produção, as principais influências no total da indústria foram registradas por produtos alimentícios (5,8%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,5%).

Entre as grandes categorias econômicas, os resultados de 2020 mostraram desaceleração para bens de consumo duráveis (-26,7%) e bens de capital (-17,9%). O resultado de Bens de consumo duráveis foi pressionado pela redução na fabricação de automóveis (-42,8%) e o de bens de capital, por bens de capital para equipamentos de transporte (-32,3%) e para fins industriais (-12,0%).

Os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis (-7,6%) e de bens intermediários (-3,1%) também assinalaram taxas negativas no índice acumulado no ano.

Por Agência de Notícias IBGE

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